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Cuidados na alimentação de pacientes ostomizados

Foto do escritor: Grasiela SilvaGrasiela Silva

A ostomia é uma conexão feita cirurgicamente entre o intestino e a parede abdominal (barriga), desviando a passagem do conteúdo intestinal para uma bolsa que o recolhe, e suas denominações mudam de acordo com localização abdominal que é confeccionada.

A cirurgia de ostomia é feita porque parte do intestino está doente ou não está funcionando como deveria e o estoma é necessário para isolar uma parte do intestino da passagem das fezes, favorecendo a cicatrização dessa nova união. Em alguns casos, é temporária (curto prazo) e o intestino pode ser reconectado posteriormente. Em alguns casos, é permanente (longo prazo).

Na ostomia intestinal temos as seguintes classificações: cecostomia, colostomia ascendente, colostomia transversa, colostomia descendente, sigmoidostomia e a ileostomia.


A consistência das fezes (aparência, sensação e odor) depende de onde a colostomia é colocada no intestino. Quanto mais abaixo no intestino, mais formadas serão as fezes. A diferença entre esses tipos de estoma está na consistência em que os conteúdos fecais são liberados. Quanto mais líquido for esse conteúdo, mais irritante vai ser em contato com a pele.



Tipos e características das fezes

Ileostomia: O percurso é menor, fazendo com quem as fezes coletadas encontrem-se na consistência líquida e, com o tempo, podem se tornar líquido-pastosas. As fezes costumam ser líquidas e abundantes (600 a 800 mL por dia, dependendo da dieta), pois essa água é absorvida posteriormente no intestino grosso. Possuem um pH alto e um alto teor de enzimas digestivas, o que os torna muito irritantes e ácidas.

Colostomia Ascendente: Geralmente nesta localização são substituídas por uma ileostomia e as fezes apresentam características semelhantes às da ileostomia.

Colostomia Transversa: As fezes são semilíquidas, mas continuam irritantes.

Sigmoidostomia e Colostomia Descendente: As fezes serão semelhantes às do que era antes da cirurgia. As chances de irritar a pele ao redor do estoma são muito baixas, pois as fezes não contêm mais enzimas.


Orientações nutricionais

A saída de fezes não pode ser evitada, sairão de forma espontânea e a bolsa deverá ser usada 24 horas por dia. Esta bolsa também coleta gases que normalmente são formados durante a digestão.

Após a ostomia intestinal, é necessário ter atenção especial à alimentação. Alguns alimentos podem causar gases, amolecimento das fezes ou, até mesmo, prisão de ventre. Para uma função intestinal regular, siga essas orientações. Isso requer aprender novas habilidades e conhecimentos. Técnicas simples cujo objetivo é a melhor qualidade de vida possível, com a menor interferência na vida diária.

  • Realize de 5 a 6 pequenas refeições ao dia, a cada 3 horas;

  • Evite longos períodos de jejum;

  • Aumente o consumo de água;

  • Mastigue bem os alimentos;

  • Ao experimentar um alimento novo, consuma em pequenas quantidades e observe o efeito no seu organismo;

  • Consuma ao menos 3 porções de frutas variadas ao longo do dia, removendo as cascas nos primeiros 15 dias da cirurgia;

  • Dê preferência às carnes brancas (peixes e aves), retirando a pele antes no preparo. Limite a carne vermelha de 2x/semana;

  • Consumir alimentos cozidos, assados no forno ou grelhados;

  • Consumir leite e derivados desnatados ou semidesnatados, além de queijos brancos (minas frescal ou ricota);

  • Em caso de desconforto abdominal, cólica ou diarreia após o consumo de leite, prefira as opções sem lactose;

  • Utilize temperos naturais em suas preparações (coentro, orégano, alecrim, manjericão, cebolinha);

  • Priorize gorduras vegetais como o azeite de oliva ou óleo de girassol;

Atenção: Havendo alguma modificação no padrão normal das eliminações, aumente o consumo de água e ajuste a alimentação.


O que se deve evitar na alimentação?

Nas primeiras semanas após a cirurgia, é necessário evitar alguns alimentos que estão associados a sintomas gastrointestinais, garantindo maior saúde intestinal e bem-estar. uma dieta pobre em resíduos (poucas verduras, frutas e legumes) até que as fezes fiquem consistentes. Posteriormente, a fibra permite regular o trânsito intestinal e a consistência das fezes. Busque alimentar-se de maneira saudável e esteja sempre atento a essas dicas.

  • Evite o consumo de alimentos concentrados em açúcares, como sobremesas, sucos de caixinha, chocolate ao leite, doces em calda, etc;

  • Evite o consumo de alimentos gordurosos, como frituras, salgados de padaria, carnes gordas, pele do frango, feijoada, etc;

  • Evite bebidas com gás, como refrigerantes e bebidas alcóolicas;

  • Evite consumir alimentos muito condimentados, especialmente os com “temperos prontos” ou pimenta;

  • Limite o consumo de alimentos flatulentos, como repolho, pimentão, couve, cebola, milho, ovos e feijão;

  • Evite derivados de leite a base de gordura, como creme de leite, nata, sorvetes e queijos gordurosos (mussarela, prato, cheddar, manteiga e coalho);

  • Evite alimentos embutidos e defumados (salsicha, linguiça, mortadela, presunto) e alimentos em conserva (milho, azeitona, ervilha);


Adeque sua alimentação conforme sua função intestinal atual.

Fezes mais amolecidas/maior número de evacuações:

  • Evite pães, cereais e farelos integrais;

  • Evite sementes, milho, feijões;

  • Evite leites e derivados, especialmente os integrais e com lactose;

  • Evite frutas e vegetais crus ou com casca/bagaço, especialmente mamão, laranja, ameixa, abacate, manga, jerimum e folhosos.


Fezes ressecadas/redução do número de evacuações:

  • Aumente o consumo de líquidos! Multiplique seu peso por 35mL por kg de peso;

  • Aumente o consumo de cereais integrais, farelos integrais e sementes;

  • Aumente o consumo de frutas laxativas e com casca/bagaço, especialmente mamão, abacate, ameixa, manga e laranja;

  • Aumente o consumo de vegetais (saladas cruas e sucos com vegetais);

  • Cuide com os alimentos que levam à produção excessiva de gases: Brócolis, repolho, couve-flor, cebola, feijão, iogurte, leite, ovos, milho, pimentão, ervilha, lentilha, soja, pepino;

  • Cuide com os alimentos que pioram o odor nas fezes: Alho cru, cebola, repolho, ovo cozido, frutos do mar, milho, rabanete, álcool (especialmente cerveja) e alimentos muito condimentados;

  • Aumente o consumo de alimentos que neutralizam os odores: Salsinha fresca ou chá de salsinha, cenoura, chuchu, espinafre, maisena, chá de hortelã.


Como devo cuidar da ostomia?

É importante cuidar do estoma e da pele ao seu redor para evitar problemas de pele e lesões. Uma enfermeira de ostomia pode ensiná-lo a cuidar de sua pele e colocar a bolsa. Observe o estoma em busca de alterações de cor ou inchaço e informe qualquer alteração ao seu médico imediatamente. Se a pele ao redor do estoma ficar irritada (vermelha ou inchada), chame sua equipe de atendimento ou enfermeira de ostomia.

Uma ostomia é uma mudança ao longo da vida que pode ser acompanhada por sofrimento psicológico, problemas de pele ao redor do estoma e problemas com seus relacionamentos. Ajustar-se à vida com uma ostomia pode levar tempo. Muitas pessoas se sentem isoladas após a cirurgia e não têm certeza de como aproveitarão a vida novamente. Lembre-se de que muitos vivem uma vida longa, saudável e gratificante com uma ostomia!


Com amor, Daiane Jaconeti, Nutricionista Oncológica.



IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em AssessoriMed possuem apenas caráter educativo.

As orientações aqui listadas não dispensam o acompanhamento com um Nutricionista capacitado para te avaliar individualmente!


Referências:

HOSPITAL DR. LUIZ ANTÔNIO - HLA (Natal - RN). Pronon, Liga contra o Câncer. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS: AOS PACIENTES COM ESTOMIAS INTESTINAIS. Natal - RN: [s. n.], [20--].

WAITZBERG, Dan L. Repercussão Nutricional da Cirurgia Digestiva para o Tratamento do Câncer: Câncer de Intestino Delgado. In: NUTRIÇÃO Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica: Terapia Nutricional em Condições Clínicas Especiais. 4. ed. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: ATHENEU, 2009. v. 2, cap. Capítulo 15, parte 107, p. 1739-1764.


 
 
 

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