
Ressecção intestinal é toda cirurgia que retira uma parte ou segmento do intestina grosso ou fino (cólon ou delgado, respectivamente), podendo ser total ou parcial. É realizada por vários motivos, como pólipos de crescimento lateral que não podem ser retirados por colonoscopia; sangramentos; tumores; entre outros agravos à saúde.
Nem toda ressecção intestinal necessitará da famosa "bolsinha" - colostomia, porém alguns casos esse dispositivo é imprescindível para maior segurança na recuperação do paciente, como cirurgias por obstrução intestinal. Em alguns casos, a colostomia é definitiva, mas a maioria é temporária, quando o paciente fará uma nova cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal.
Além disso, a ressecção intestinal pode ser por cirurgia aberta convencional, videolaparoscopia ou rob robótica. Recentemente, com a melhora dos aparelhos de colonoscopia, muitas ressecções intestinais são realizadas por esse método, inclusive em casos de tumores. Lembrando que esses casos são estritamente selecionados, devendo-se levar em conta fatores como grau de invasão, tamanho do tumor, idade do paciente, entre outros. Atualmente o mais comum é a retirada de pólipos por colonoscopia.
Como todo procedimento invasivo, seja por qualquer um desses métodos descritos acima, é necessário cuidados especiais. Hoje abordaremos os cuidados alimentares:

• Pequenas ressecções do intestino delgado podem aumentar levemente a motilidade intestinal sem provocar prejuízos na digestão e absorção dos nutrientes. No entanto, a remoção de grandes extensões intestinais pode resultar em síndromes de má-absorção, esteatorreia (gordura nas fezes), desequilíbrio de eletrólitos, redução no aproveitamento dos nutrientes ingeridos, levando a um estado nutricional prejudicado.
• A Absorção reduzida de cálcio, magnésio, zinco e fósforo também é uma consequência.
• Fatores dietéticos associados com maior risco para câncer de cólon podem induzir alterações somáticas neste órgão e, consequentemente favorecer a carcinogênese.
• Os principais fatores de risco são a dieta com alto conteúdo de gordura e carnes vermelhas, baixo teor de cálcio, obesidade e sedentarismo, consumo exagerado de bebidas alcóolicas, presença de doenças associadas como retocolite ulcerativa, doença de Crohne a predisposição genética.
Medidas dietéticas como evitar ingestão de alimentos que aumentam a produção de gases intestinais, podem melhorar a adaptação de paciente à sua nova condição clínica.
Autoras:
Dra.Ketheryn A.Almeida Souza, Cirurgiã Oncológica.
Daiane Jaconeti, Nutricionista Oncológica.
IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em AssessoriMed possuem apenas caráter educativo.
As orientações aqui listadas não dispensam o acompanhamento com um Nutricionista capacitado para te avaliar individualmente!
Referência:
WAITZBERG, Dan L. Repercussão Nutricional da Cirurgia Digestiva para o Tratamento do Câncer: Câncer de Intestino Delgado. In: NUTRIÇÃO Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica: Terapia Nutricional em Condições Clínicas Especiais. 4. ed. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: ATHENEU, 2009. v. 2, cap. Capítulo 15, parte 107, p. 1739-1764.
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